Cada ano é uma descoberta. Óbvia constatação. Tão nítida quanto a importância de uma revisão e análise constante da história de vida. Para mim, dia 19 de março é uma data especial para esse exercício. A oportunidade foi Maria Luiza que instalou em mim. Observar o crescer dela coloca em perspectiva o tempo e os afetos. A Maria é o presente para o passado e para o futuro. Essa mobilização temporal é a inevitável integração que a vida dela oferece para, além de analisar os pequenos detalhes e as grandes emoções vividas, sentir a genuína sensação de alegria, orgulho e amor. Esse conjunto de sentimentos são percebidos em sinais cotidianos. Um bilhete escondido embaixo do travesseiro. A leitura compartilhada do livro do mês. O gosto por filmes antigos. Os sinais surgem até mesmo nas queixas que chegam com suspiros e olhos virados. Ser pai da Maria Luiza é sentir vontade de olhar minuciosamente os acontecimentos – dos momentos e dos tempos. Que ela cresce é notável em qualquer foto ou uniforme da escola. Que ela se expressa habilmente também é fácil de notar. Realmente ela está aqui comigo, mesmo que nem sempre nos vemos. Mas os meus olhos e coração estão com ela. A presença e a ausência da Maria aprofunda as mudanças em minha vida. Ela talvez um dia sinta algo parecido, ou talvez não. Gosto de deixar alguns bilhetes escritos para memória e saudades de um dia que se repete a cada ano, mas nunca da mesma forma.
Feliz aniversário minha filha!